Novembro de 1999.
Difícil saber quem de nós não se sentia com a idade de Kat, 7 anos, quando fomos fazer nossa aventura pelas Reserva de Hulwehluwe-Umfolozi, fundada em 1895. Com 96.000 hectares, uma das maiores áreas de preservação natural do país, onde os animais selvagens vivem livres no seu habitat.
Dirigíamos devagar, em dois jipes e de repente passou na nossa frente um elefante caminhando rápido.
Depois de 10 minutos cruzamos uma ponte. Um rinoceronte branco, deitado, parecia estar dormindo perto da margem. Ao seu lado um elefante fêmea.
– Silêncio! Não se movam. O rinoceronte está morto. – Avisou nosso guia Hannes. Olhando para o céu, completou: – É coisa recente, não vejo nenhuma ave de rapina sobrevoando o local.
Difícil saber quem de nós não se sentia com a idade de Kat, 7 anos, quando fomos fazer nossa aventura pelas Reserva de Hulwehluwe-Umfolozi, fundada em 1895. Com 96.000 hectares, uma das maiores áreas de preservação natural do país, onde os animais selvagens vivem livres no seu habitat.
Dirigíamos devagar, em dois jipes e de repente passou na nossa frente um elefante caminhando rápido.
Depois de 10 minutos cruzamos uma ponte. Um rinoceronte branco, deitado, parecia estar dormindo perto da margem. Ao seu lado um elefante fêmea.
– Silêncio! Não se movam. O rinoceronte está morto. – Avisou nosso guia Hannes. Olhando para o céu, completou: – É coisa recente, não vejo nenhuma ave de rapina sobrevoando o local.
Enquanto isso, tinha início uma das cenas mais impressionantes que já vi na minha vida!
Depois de farejar delicadamente o rinoceronte, o gigante começou a empurrar o animal inerte. Primeiro com a tromba, depois com as presas. A cada tentativa frustrada de reanimar o morto, a aliá ficava mais desesperada e nervosa. Olhando os seus olhos, eu tive a impressão de que ela chorava. Ela abanava as orelhas, e retomava a tentativa para reanimá-lo...
– Fiquem bem quietos. – Sussurrou Hannes. – O elefante está “nervoso”.
Com sua tromba, “pega” o chifre do rinoceronte e busca erguê-lo. Quando vê que o esforço é inútil, tenta empurrá-lo com patas. Os minutos fluem lentos...
A emoção tocou-nos profundamente. Sabíamos todos estar presenciando um fato inédito: o enorme animal numa demonstração de carinho, delicadeza, dor e solidariedade com outro bicho, que nem era da sua própria espécie. Só se escutavam dois sons: o grunhido do elefante e a câmera de filmar de David, que registrava tudo atentamente.
Uma mudança na brisa e a aliá pressente a nossa presença. Sentindo-se ameaçado, ele coloca suas patas, uma de cada vez, em volta do animal morto, cobrindo-o com seu corpo, sem machucá-lo. Ao mesmo tempo, levanta suas grandes orelhas abanando-as e emitindo sons hostis.
– Vamos embora, ela está muito agressiva. – Pediu nosso guia. Partimos do local. Um equipe de guardas-parque chegou e isolou a área por medida de segurança.
Acredito que a vida toda, vou sempre me lembrar desta cena.
Quem disse que a África é selvagem? Misteriosa sim...
Quem disse que a África é selvagem? Misteriosa sim...
Heloisa Schurmann- Livro"Em Busca do Sonho"
A natureza é divina e os animais presentes que dão grandes lições aos homens!!! Que cena mais linda!
ReplyDeleteNossa, me arrepiei toda e pude sentir a tua emoção. O mundo animal é fantástico, uma pena que o bicho HUMANO está destruindo a sua própria espécie. :-) Parabéns, lindo texto! bjks
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